Fator 85/95 só vale para benefícios novos

(Conselheiros Rogério Ubine e Reginaldo Chaves no Ato dia 14/08 em Brasília)


Na próxiema reunião de debate sobre as mudanças nas regras de reajuste dos benefícios do INSS e sobre o fim do fator previdenciário, não deverá ser discutida a aplicação da regra do fator 85/95 para quem se aposentou e teve o valor do benefício reduzido.

"O governo não admite discutir esse ponto. Para eles, a regra nova deve valer da aprovação para frente. Por isso, o assunto vai ficar de fora para que a negociação possa seguir", disse João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical.


A reunião entre o governo e as centrais será na terça-feira.

As centrais e os sindicatos de aposentados estão dispostos a aceitar as exigências do governo para continuar a negociação do reajuste de 2010, do plano de reposição de perdas e da substituição do fator previdenciário.

Pela regra do fator 85/95, o segurado teria direito ao benefício integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição fosse 95, para homem, ou 85, para mulher.

Na regra do fator previdenciário, são considerados três fatores: a expectativa de vida, a idade e o tempo de contribuição. Quanto mais jovem, menor é o benefício.

A perda com o fator previdenciário pode chegar a 40%. Desde 1999, quando começou a ser utilizada a fórmula redutora, o INSS economizou cerca de R$ 10 bilhões com a aplicação desse fator.

"Como o governo não quer negociar agora uma revisão para quem foi prejudicado pelo fator, o único jeito é entrar com ações na Justiça depois que a regra mudar", comentou Inocentini.

O Sindicato Nacional dos Aposentados da CUT (Central Única dos Trabalhadores) também prefere investir primeiro nos pontos em que o governo quer negociar.

"A reposição das perdas é uma luta histórica da categoria. Temos a oportunidade de conseguir uma grande vitória nesse ponto. Os aposentados perderam muito nos últimos anos", disse Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, presidente do sindicato.

Antes da reunião com o governo, as centrais sindicais pretendem se reunir para acertar as reivindicações.

"É importante ter uma posição conjunta", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.

Entre as propostas, as centrais vão pedir o fator 80/90.

O governo não comenta as negociações em andamento.

A Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados) abriu uma enquete no site da entidade para saber se aceita ou não as exigências do governo.

Ontem, em São José dos Campos (a 91 km da capital), a Cobap fez um protesto com cerca de 2.000 aposentados e pensionistas.

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